domingo, 13 de janeiro de 2013

NUM JOGO EQUILIBRADO, A EXPERIÊNCIA VALEU TRÊS PONTOS

Assistiu-se a um bom jogo de hóquei em patins, aquele que opôs as equipas da A.C.R. Santa Cita e do Sporting Clube de Tomar. Com toda a emotividade de uma partida entre dois vizinhos, ambas as formações estão de parabéns pela forma como se entregaram ao jogo esgrimindo cada um os seus argumentos de uma forma correcta e leal, dentro daquilo que são as leis do jogo dignificando assim a modalidade e valorizando o espectáculo.


Desde o primeiro segundo que a equipa da casa tentou ganhar ascendente através da circulação de bola com o objectivo de a colocar na ponta do stick de Gonçalo Favinha que, ora deambulando pelo meio dos defesas contrários, ora jogando por trás da baliza sportinguista, tentava provocar desequilíbrios e brechas no quadrado defensivo forasteiro. No entanto, a equipa do Sp. de Tomar que tem no sistema defensivo um dos seus melhores argumentos, controlava a iniciativa da equipa da casa e, Gonçalo Favinha, alardeou classe mas que não se traduziu em eficácia.


O Sp. de Tomar utilizou o mesmo sistema a que nos tem habituado mas que, em função do dispositivo táctico do Santa Cita, partia para a pista do adversário a maior parte das vezes em situação de contra ataque. E foi precisamente neste cenário que depois da equipa do Santa Cita perder a bola no ataque, esta é rapidamente movimentada pelos jogadores leoninos que numa triangulação e transposição veloz abrem o activo através de Ivo Silva que colocado ao segundo poste bateu sem dar qualquer hipótese a João Martins guarda-redes da equipa local. Estavam decorridos oito minutos de jogo.


Durou pouco a euforia forasteira pois no minuto seguinte, Gonçalo Favinha numa diagonal na meia pista adversária, simula a seticada, avança mais um pouco e arranjando espaço, arma a seticada e a bola só parou no ângulo direito do interior da baliza de Fábio Guerra.  Estava restabelecido o empate e, pelo que as equipas tinham vindo a produzir dentro da pista era o resultado mais aceitável.


Continuava o jogo na mesma toada e à medida que a partida avançava, Miguel Cunha começou então a tentar refrescar a sua equipa, gerindo o esforço dos seus atletas. Retirou entre outros Gonçalo Favinha mas a equipa continuou a dar bem conta de si. E é já com um cinco base renovado que à passagem do décimo quinto minuto, numa movimentação semelhante ao primeiro golo, Pedro Almeida aponta o segundo do Santa Cita e dá a volta ao marcador.


Tentando aproveitar um possível desnorte da equipa forasteira, Miguel Cunha coloca novamente Favinha em pista mas apesar de nos minutos seguintes ter mandado mais no jogo, os forasteiros não se desmancharam e obrigaram João Martins a aplicar-se com duas grandes intervenções negando o golo aos avançados leoninos.


Foi numa toada de parada e resposta que os comandados de Nuno Lopes foram gradualmente se tornando mais fortes e perigosos e o coroar desse esforço surgiu aos vinte e um minutos quando, do "meio da rua" Luís Silva, alcança o segundo tento leonino e restabelece o empate. Balanceado no ataque e dando sequência à pressão exercida, dois minutos volvidos Ivo Silva volta a desfeitear João Martins e a colocar novamente os leões na frente do marcador. Até ao intervalo o resultado não sofreu mais alterações tendo as equipas recolhido para descanso com o resultado de 2 para o Santa Cita, 3 para o Sporting de Tomar.

Resultado ao intervalo 2 – 3


Para o segundo tempo entrou mais forte a equipa da casa que através do inevitável Gonçalo Favinha empata novamente a partida através de um golo de "encher o olho" tal a mestria e arte com que foi obtido. Com um minuto decorrido e o empate conseguido, a A.C. R. Santa Cita cresce, ganha ascendente e, aos dez minutos numa jogada toda ela "embrulhada", Favinha faz "aparecer" a bola no fundo das redes de Fábio Guerra e a colocar de novo a equipa da casa na frente.


Entretanto Miguel Cunha sabe que para manter o ritmo e fluxo de jogo da sua equipa tem de a rodar e com a obtenção do quarto golo da sua equipa, pede time-out para dar descanso aos seus atletas e rectificar posições. Da mesma forma Nuno Lopes resolve mexer na equipa e mais uma vez João Lomba entra e numa jogada em tudo semelhante ao quarto golo da equipa da casa, restabelece o empate com catorze minutos de tempo decorrido.


O jogo mantém-se vivo e com as duas equipas a procurarem à sua maneira a forma de obterem os seus objectivos. Nesta fase a equipa leonina começa a mostrar que se encontra mais fresca fisicamente e os da casa lentamente a decaírem. É já numa fase de algum cansaço físico que, aos dezanove minutos, os forasteiros vêem novamente João Lomba ao segundo poste, dar o melhor seguimento a um passe de Pedro Martins e obter o quinto tento para a sua formação.


O minuto seguinte é novamente fatal para as cores do Santa Cita que ao serem penalizados com a décima falta, vêem Gonçalo Santos aumentar a diferença no marcador através da cobrança da respectiva falta. Com dois golos em défice e ainda com cinco minutos para jogar a A.C.R. Santa Cita tinha uma tarefa ingrata pela frente uma vez que as forças já começavam a faltar o adversário estava mais fresco, mais confiante mas como se costuma dizer na gíria "até ao lavar dos cestos é vindima" não virou a cara à luta.


No entanto, à medida que o cronómetro avançava, o fosso aumentou aos vinte e dois minutos, com Ivo Silva mais uma vez a sentenciar a partida com a obtenção de mais um golo ao segundo poste, fruto de uma triangulação perfeita e resultante já da falta de pernas para estancar o ascendente leonino.  Com a partida controlada os forasteiros ainda viram Carlos Fonseca desfeitear Fábio Guerra pela quinta vez a dois minutos dos términos da contenda selando assim o resultado final.


Resultado Final: A.C.R. Santa Cita 5 - Sporting de Tomar 7

Numa partida jogada em muito bom ritmo e velocidade, a vitória coube à formação mais experiente e compacta. Realmente o Sporting de Tomar tem um naipe de jogadores tecnicamente bons onde não se notam grandes diferenças o que permite a Nuno Lopes ter quase sempre soluções para todas as medidas.


Quanto à equipa de Miguel Cunha, ressalta à vista a qualidade de Gonçalo Favinha tendo nos outros elementos do plantel um conjunto que sabe estar em campo e que soube bater-se de igual para igual enquanto as forças permitiram. Miguel Cunha fez o que lhe competia, "esticou" a equipa até ao limite mas desta vez podemos dizer que "contra a força não houve resistência" e a A.C.R. Santa Cita caiu, mas de pé. Quando assim é, está de parabéns o Hóquei.


Quanto à equipa de arbitragem constituída por Carlos Fagulha e Rui Taborda, da A.P.Ribatejo, merecem nota alta tanto técnica como disciplinarmente. Sem necessidade de inventar, até porque os jogadores ajudaram, limitaram-se e bem a ajuizar os lances e, tirando uma ou outra falta sem significado a merecer reparo, estiveram à altura das outras duas equipas. Nota máxima para esta dupla.


A A.C.R. Santa Cita alinhou da seguinte forma: João Martins (g.r.); Tiago Pereira; Rui Oliveira; João Barreiro; Eliseu Raimundo; Carlos Fonseca; Nuno Nobre; João Almeida; Gonçalo Favinha e Rodrigo Saboga (g.r.)
Treinador: Miguel Cunha.

O Sporting de Tomar alinhou da seguinte forma:Daniel Leal (gr); Nuno Domingues; Pedro Martins, Gonçalo Santos; João Lomba; David Costa; Dário Santo; ; Ivo Silva; Luís Silva e Fábio Guerra (gr).
Treinador: Nuno Lopes.

Crónica: J.C.
Fotos: Barros Simões

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